quinta-feira, 6 de março de 2008

A Galinha Vadia

Quando Joana fez anos, a avó deu-lhe uma prenda pouco comum: uma franga pedrês.
A Joana não disse nada. Mas ficou um bocado triste. Ela pensava que a avó ia dar-lhe uma boneca, daquelas que choravam sem chupeta.
A Joana meteu a franga no galinheiro depois de lhe ter dado o nome que tinha pensado para a boneca: Clara Sofia.
Deu-lhe um bom punhado de milho e couves partidas aos pedacinhos. E, lentamente, dia após dia, semana após semana, a Joana foi gostando cada vez mais da Clara Sofia. E esta, assim tão bem mimada, tão bem tratada, em poucos meses tornou-se uma galinha vistosa.
Uma tarde, a Joana chamou pela Clara Sofia, mas a galinha não apareceu.
Joana ficou preocupada e esperou pela noite. É que, de vez em quando, a mãe da menina costumava abrir a porta do galinheiro para a bicharada esgaravatar no quintal.
À noite, antes de jantar, foi espreitar o galinheiro. E ficou sem apetite: a Clara Sofia não estava lá, tinha desaparecido.
Nessa noite, a Joana deitou-se muito cedo, sempre com o mesmo pensamento:
- Se calhar, a raposa papou-a...
Os dias passaram, muitas noites correram.E a Joana foi-se esquecendo da Clara Sofia.
Mas ontem, a meio da tarde, começou aos saltos, contente e admirada com a supresa.
E o que é que aconteceu?
Só isto: a Clara Sofia apareceu à porta do galinheiro. Mas não estava só... Atrás dela, gordos e amedrontados, vinham dezassete pintos!

In Abada de Histórias, de António Mota

Carolina Rodrigues

3 comentários:

Anónimo disse...

esta feio :)
estou a brincar

Anónimo disse...

Esta muito giro.

Anónimo disse...

ESTÁ BUE CURTIDO