quinta-feira, 15 de maio de 2008

Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

António Gedeão

2 comentários:

Anónimo disse...

Oi stora .. nós temos esse poema no livro de ciencias .. é muito giro.. bjs e abraços..

Anónimo disse...

É bonito.
E mostra que nos nao devemos ser racistas pois apesar da cor somos todos iguais.